quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Fluxo

07:20 da matina. Desperta; ou não. Mais nove minutos para dormir.
07:29 da matina. Desperta; pé no chão. Alongamentos, exercícios matinais, café da manhã rápido; simplesmente dormiu um pouco mais do que devia.

Seu nome é Israel Müller e ele vai encontrar Babilônia.
Babilônia, ou Babi, é o tipo de mulher que ensina. Quando Israel chegou na cidade, foi ela que o ajudou. Babilônia é mais experiente, tem sempre algo pra dizer, alguém para mostrar, os olhos de uma velha e a curiosidade de uma criança. Babi ensinou Israel a beber, a tocar violão, a conhecer gente nova, a dirigir e a querer saber que ele a queria. Ela só não o ensinou a saber o que querer além dela; e foi nessa hora que Müller acordou: 07:20 da manhã, disposto a falar com Babilônia.

Babi mora num canto alto, uma espécie de colina. Parece o lugar mais bonito do mundo, pois dá para observar toda a cidade de lá, inclusive o espetáculo de ver o sol descendo nos dois rios que cortam aquele lugar. Ali Babilônia descansava; uma luz vermelha na porta indicava que ela esperava Israel para o envolver novamente em seus braços e o ensinar um pouco mais da vida. Ali Israel chegou, olhou para Babilônia e disse:

- Hoje eu não vou ficar.
- Vai embora sem chegar, meu garoto?
- Vou embora, porque meus pais me chamam.

E Israel foi embora da cidade. Foi embora de Babilônia do mesmo jeito que chegou, sem razão e sem sentido.

Chegou em casa de seus pais, encontrou a porta aberta. Seu pai e sua mãe esperando na sala.

- Bem vindo à paz.

Sentiu que recomeçar começa em casa.