quarta-feira, 4 de março de 2009

A infalível

Na sala de aula, as horas não passam. Era a hora da Revolução, com suas causas e consequências, e eu já estava perdendo a minha paciência, que não é de ouro. De repente, ao piscar o olho, no que parecia ser o começo de uma pescada, passa aquela divina criatura na porta.

Eu me vejo correndo para a porta, fazendo revolução, no meio da Revolução. Saio, me deparo com ela no fim do corredor, sem muito jingado, mas dona de alguma coisa que eu penso ser especial. Limpo a garganta, e digo em alto e bom som:

- Ô moçaaaa!
Ela se vira, assustada pelo repentino chamamento há no máximo 20 metros dela. Depois de alguns eternos segundos se recompondo, ela olha para aquele estranho ser. Um moço desarrumado, cara de sono típica dos universitários daquele setor; mas com um semblante gentil e um ar meio engraçado. Então, resolve perguntar:

- Que é?
Ele abre um sorriso; daqueles sorrisos de homem que parece achar sempre estar destinado a triunfar. Diz, atenciosamente:

- Você esqueceu uma coisa...
Ela olha... pensa... vasculha a memória... olha para o corredor pelo qual havia acabado de passar... tentando achar o nexo naquela afirmação. Como não encontrava nexo algum, por achar que não tinha perdido nada, depois de alguns segundos de reflexão, ela perguntou (se rindo por dentro, achando tudo aquilo uma grande pegadinha):

- Ok, espertinho. O que eu esqueci?
E então, junto com aquele sorriso vitorioso, apareceram certa malícia e molejo inexplicáveis, que vinham com sua resposta:

- Ah, moça... foi de me levar com você...
Ela olhou para ele, perplexa. Ele olhou para ela, malandro.
E foram as risadas estridentes... a risada... o riso... o risinho... e aquela coisa estridente no fundo da cabeça, e a dor de cabeça...
E AQUELE MALDITO SINAL QUE NÃO PARA!

Cara amassada, final de aula. E aquele gosto de quero mais na boca que a gente tem depois de acordar dos bons sonhos.

Só que agora ele estava determinado.
Parecia invencível.

E tinha preparada para a divina criatura a cantada mais infalível do mundo

Dos sonhos.

11 comentários:

Nathi disse...

[b] Caaaara, quê que é isso?!!?

Essa foi demais ,hein?!

AhAhAh, ultimamente tenho tido uns sonhos tão bons,que é melhor nem comentar pra ficar justamente com aquele arzinho de verdade!

^^

Ana Karenina disse...

=)

O único defeito do sonho é não ser real.

Charles C. disse...

=D
Muito bom!
Excelente texto.
Gostei muito mesmo!
Parabéns.

João Gilberto Saraiva disse...

Pra que eu fui indicar os livros de Garcia Marquez hein?

x D

Bom texto doutor. Parabéns.

Odacy disse...

é como eu digo: malandro!
;P

O Desconhecido disse...

Essa cantada é muito boa, com suas resalas claro,pq homens com cara de sério seriam desprezados, mas como vc se intitula "com cara engraçada" então funcionou!
kkkkkkkkkkkkkk
Como n funcionaria, tenho certeza!
Agora, na duvida use: "asa de frango, coxa de galinha, se quiser me dar um beijo, dê uma risadinha."
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Essa sim é infalivel!

Yuri Padilha disse...

me superou. vou ter que correr atrás, agora.

=D

Nathi disse...

Tudo novo, essa perspectiva é muito Alberto Caeiriana!!

^^

Amo o Pessoa!

P.s:
Não use a cantada que O Desconhecido indicou, é péssima!

Anônimo disse...

nossa.. amei isso..rsrs
mas, é tão irônico o fato de que as melhores coisas que acontecem na vida, na verdade, estão do outro lado do sono.

amei teu blog.
linkei-o ^.^

bjos
parabéns

Odacy disse...

volta!

Cachos disse...

fazendo jus ao nome do blog: brilhante!!

;)