domingo, 27 de setembro de 2009

Gustavo Gabriel 2.0


" - Careca? Por que careca?
- Já ouviu falar que a gente nasce nu, careca e sem dente?
- Claro que já! Então?!
- Nasci de novo, baby, nasci de novo..."

Vamos ver se eu dou tiros certeiros nessa nova década.

"Um novo tempo, apesar dos perigos"
Ivan Lins.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Considerações [1]

"Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça"
Glauber Rocha

Nem vou mentir para mim, nem para vocês. Ultimamente tenho tido uma enorme preguiça de escrever. Talvez isso se deva a minha atual vontade de escrever mais com a luz do que com a caneta (ou, diga-se de passagem, com o teclado).

Então, bem que resolvi falar um pouco de mim, coisa até fácil de fazer; entretanto, vou fazer isso contando uma pequena história que tratará do meu contato com a fotografia.

É bem difícil quando a gente se apaixona, pois se apaixonar de verdade as vezes ultrapassa o âmbito do relacionamento com a própria pessoa, e você pode acabar se aproximando até mesmo das coisas que aquele outro querido gosta.

E foi assim.

Eu e Ela, Nós e os Outros

Estávamos os dois na sala de estar. Ambiente mui amplo, que já fora remodelado várias vezes, pois nem sempre foi sala de estar. Foi salão de beleza. Um lugar que agora só guardava os fantasmas daquela época de casa cheia. E foi nesse lugar que eu realmente vi que me apaixonara.

Não só pela moça, mas por tudo que ela fazia.

- Vamo tirar uma foto.
- Foto? Agora?
- É, agora. Num pode, oxe?
- Pode...

Tirei a pequena câmera digital de minha mãe da bolsa. Mais uma vez o brilho.
Ela mandou eu me posicionar assim, assado, para a gente ficar de um jeito de outro, para ter um resultado X na foto Y. Nunca pensei que uma simples foto de casal pudesse ser tão complicada de tirar.
Mas não era isso.
O brilho dos seus olhos mostrava que ela estava fazendo algo que gostava. Gostava não, amava. Ela amava registrar os momentos com a luz; aquela era sua palavra de ordem ao congelamento do tempo.
Mas o tempo do seres humanos não se congela e tudo debaixo do sol se acaba. Restam as memórias
e o que com elas conseguimos guardar. A moça passou a ocupar outro lugar no meu coração, entretanto
deixara uma marca forte como a sua existência.
Alguns meses depois me via negociando com um amigo nos EUA para ele me trazer minha primeira
câmera digital. Poucos meses adquiria minha primeira semi-profissional. Começava então um novo
hobby que gradativamente se transformaria e se confundiria num estilo de vida: registre; não importa,
simplesmente registre.
Esses dias eu estava registrando, poucos dias depois continuarei registrando, e até onde minha
ínfima existência for, continuarei.
E quem sabe não acontece o inverso do começo dessa história: a paixão da fotografia me traga
um amor de moça?
Quem sabe. Quanto mais a gente registra a existência, mais pensa sobre ela, compreende e entende
que de futuro, ninguém entende.
Ninguém.

sábado, 5 de setembro de 2009

À Meu Amigo Marcos

Desde que acabou o Ensino Médio eu e meu amigo Marcos Negão temos nos encontrado pouco; porém, quando nos encontramos, é um momento gostoso em que podemos falar das últimas coisas que aconteceram e estão acontecendo em nossas vidas. Dedico esse texto a ele, que me fez pensar sobre os últimos anos da nossa vida.

O Exemplo (ou Para Sempre)

- Ela disse que me amava, encostada no meu peito, e disse que queria passar o resto da vida sentindo aquilo, comigo.
- Bem, amigo, e você?
- Eu também.
- Então você encontrou algo especial. É bom, não é? Deus quisesse que eu tivesse encontrado isso.
- Sabe, cara, quando a gente se encontra, costuma falar que demos certo no amor por causa do amor que nos foi dado pelas pessoas ao nosso redor. Principalmente pelas nossas famílias; acho que por isso a gente acredita tanto na família como exemplo.
- Mas claro, meu nêgo... o amor se conhece por exemplos.
- Hum?
- Assim, deixe-me explicar. Um belo dia eu achava que amava meu curso de faculdade, pois conseguia me manter estável, ter boas notas e parecer aos outros que eu era feliz com aquilo; até que eu o encontrei. Ele sim, amava aquilo; tinha olhos vivos quando falava de todo aquele conhecimento, de como podia ajudar o mundo, formar novas mentes pensantes, se enfiar naqueles livros que dariam traumatismo craniano se uma cabeça fosse atingida por eles. Foi aí, aí eu vi que eu não amava aquilo que faço.
- Serio? Você não ama?
- Não amo.
- E agora?
- Oras, meu caro. Acabo o que tenho que fazer e sigo em frente. Pois há alguma coisa que eu amo. E isso eu descobri do mesmo jeito, com exemplos. Mas a gente sabe que o amor se cultiva, se cresce e um dia pode se transformar (acho que nunca se acaba). Mas essa conversa fica próxima.
- Por quê?
- Bem, lá vem seu ônibus. Vai lá...
Ele sobe e procura um assento próximo a janela, no fundo do ônibus. Fico esperando ele partir. Quando o ônibus está saindo, vejo-o atender o celular e penso ler em seus lábios a frase mais sublime da história da humanidade.
- Hey, amor. Eu te amo.

Gustavo Gabriel