segunda-feira, 1 de março de 2010

Que Demora

Putz. Demorei, mas voltei.

Eu tinha que escrever esse maldito texto, com esse maldito título; entretanto, não sabia nem por onde começar. É engraçado como uma cena do cotidiano, que estava a pouco esquecida e foi lembrada de lapso pode mudar essa situação constrangedora de você para com você mesmo. Bem, foi isso.

Como Se Faz Um Verão

Era uma tosse de cachorro feeeeeeia. Daquelas que você tem vergonha de aparecer em público com ela. O problema é que não tinha escolha; tinha que sair de casa. Um amigo de longe veio visitá-lo. Era uma em meio as tantas outras visitas que recebia: gente de longe, de perto, querendo curtir o verão com ele, disposto, animado, como nunca antes. É assim que se faz um verão, ou não é? Muita diversão com vários amigos. Mas, um verão também se faz de paixões.

Ele arriou. Arriou feeeeeeio e naquela sexta-feira a noite não ia sair de casa. Sequer pensou em tal. Mas, se lamentava "Putz! Tava bonzinho! Que merdis!" e todo aquele bla bla bla de homem doente. Não tinha explicação a tal doença: veio e ficou.

Dizem que uma andorinha só não faz verão. Seu amigo não se importou muito com isso, e decidiu ir embora, cair na night. Mas, antes de ir, deixou para ele uma lição:

"Ei, véi"

"Fala, puto"

"Cê tá com saudade dela?"

Ele ponderou. Foi lá e deu voltas e piruetas. Entretanto, não precisava de tanto para lembrar de uma moça que tinha embora fazia tão pouco tempo e de como seu coração se embruteceu e se fechou e como sua mente colocara um cadeado grande nesse assunto até ao Deus dará. Melhor não pensar, melhor não pensar.

Pensou.

"To, bixo, to. To também tentando negar para mim mesmo há alguns dias que não to, e achando que a vida segue assim normal e tal e que o futuro é brilhante, nos surpreende e nos surpreenderá. Prefiro assim: me ignorando a mim mesmo.

"Hé... tá bom"

O amigo não falou mais nada, se dirigiu a porta com sorriso malandro e sabedoria no coração. Mas, ele lembrou que tava doente, e teve que fazer uma última pergunta a seu amigo.

"Ei, puto"

"Fala"

"Me diz aí: já ficasse doente de saudade?"

Seu amigo entortou a boca, mantendo o mesmo sorriso malandro e deu sua última declaração antes de cair na noite.

"Se eu já fiquei doente de saudade? Cara, eu já vomitei de saudade, em tempos que não nem lembrar"

Foi.

E nosso personagem descobriu que nossa mente nega, nosso espírito nos engana; mas o corpo, meus caros, esse nunca mente.

Quanto mais no verão.