sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sobre [minha] paixão.

Nunca fui muito de fazer rascunhos para escrever meus textos. Me desagrada um pouco para minha idéia desse blog, desse novo-sorriso-brilhante que chega desavisadamente, o planejamento misterioso das coisas. Gosto de chegar, sentar na frente do PC e postar as coisas. Mas não nego de todo que há algum planejamento nos textos, mesmo que mínimo; assim como acordo pela manhã e sei que posso sorrir ao montes para meus amados.


O texto a seguir é de uma série dos rascunhados (mesmo que em Bloco de Notas). Daqueles que eu demorei para puxar da minha cabeça no intuito de querer saber o que eu realmente queria dizer.


Confesso que até esse prólogo é rascunho. Quem sabe sai algo bom.


Agradeço a Nathi [meupretextodiario.blogspot.com] que me fez pensar um pouco sobre [minha] paixão esses dias e as minhas paixões, novas ou velhas, que deram suas caras ao meu coração.


PARA LÁ DE LÁ, DE NOVO.


Acordei com aquela vontade tamanho do mundo de nada e aquela morgação típica de sexta-feira de manhã. Vontade de matar aula... o que, por sinal, fiz nos primeiros horários. Resumindo, era aquele dia para não sair de casa.

Há um mês não faço a barba. É quase um lembrete do que me ocorrera nos últimos tempos. A barba me lembra a falta de paixão com que ultimamente vinha vivendo; mesmo com todos os meus discursos otimistas sobre esse sentimento. Essa cara de velho garoto não ajudava a ninguém.

Era um começo de final de semana, um começo de feriado também, e duraria muito; eu iria viajar. Um verdadeiro combo para, talvez, espantar a tristeza de mês.

Mas a verdade verdadeira é que eu não quero sair de casa.


* * *


Éramos quatro; quatro companheiros, quatro amigos, quatro irmãos. Todos juntos naquele barco, sem a certeza se ele estava bom ou furado. E caminhamos juntos até o final. Era uma caminhada em uma busca simples de 2Ds: Deus e diversão.

Todos sabiam da minha situação, e eu da situação de todos eles.

Ao chegar ao destino da nossa viagem, confesso que meu coração se aquecia pouco a pouco; provável que do calor dos outros velhos conhecidos que se encontravam para passar o feriado com a gente naquele mesmo lugar em que estávamos. Ficaríamos alguns dias ali; a idéia demorou a me agradar; relutei mesmo em chegar, mas, no final das contas, me mostrei animado a tentar gostar de tudo, assim como os garotos, cada um a seu tempo.

Só que minha vontade ao pular, ao correr e a me estabanar correndo atrás da bola ou fazendo seja lá o que fosse era tão simples de saber e tão complicada de lidar. E eles sabiam, os meus companheiros; e me ajudavam.

* * *


De amor estava farto. Farto não em um sentido de que estava de saco cheio, mas sim de que estava bem nutrido. O que eu na verdade queria era um pouco de paixão e seu arrebatamento, que talvez todos nós conheçamos e já tenhamos experimentado em nossas vidas. Até vocês que lêem esse texto, não?

A vida sem amor é um saco; e não falo só do amor dos nossos amantes. Falo do amor do/ao Criador, dos nossos progenitores, dos nossos irmãos, amigos e inimigos. Igualmente a vida sem paixão. Paixão para comer, paixão para beijar, paixão para sonhar, paixão para fazer.

Não entro no mérito de uma ou outra para dar suas vantagens e desvantagens. Tenho fé que o amor é maior; entretanto, o que eu queria era paixão. Talvez porque meu amor não estivesse ainda completo, como estará um dia. Não me atrevo a discutir.

Só que a paixão é...

Bum.

Assim, do nada. E eu estava apaixonado. E não ia durar muito, seria avassalador, iria me tirar o sono. Mas eu estava apaixonado, e estava feliz. Quem poderia tirar o mérito disso?

Eles, os amados companheiros, sabiam que eu estava apaixonado, eles souberam antes de mim. E essa reflexão de cima, do auto-conhecimento da minha paixão, foi posterior ao momento. Gosto de saber disso. Prefiro saber que tive conhecimento da minha paixão depois... bem depois...

Só que a paixão por vezes não há como se sustentar. Mas cumpre seu papel, seja ele qual for. Quanto a mim, era me fazer novamente abraçar meu novo-sorriso-brilhante; tornando-o atraente novamente.


* * *


Estou chegando do final desse meu texto que eu, sinceramente, não sei lhes dizer o gênero e muito menos a moral ou a reflexão. Há muito parei de saber essas coisas.

Quero me despedir e dizer que agradeço a paixão por existir novamente em meu ser.

Dia-a-dia, quero me apaixonar, e ser arrebatado.

Assim como dia-a-dia, quero aperfeiçoar meu amor.

Deus me ajude nessa caminhada.


FIM

(ou não)


Seria estranho falar dessa coisa toda e não dizer como era a tal paixão. Como eu não posso falar dessas coisas assim abertamente, afinal perder-se-ia toda a graça, faço a música que prometi. Mínima, porém, cheia do tal sentimento.


Paulista


Moça paulista de coração

Fale inglês para mim mais uma vez

Como se a gente não fosse mais se ver

E tudo virasse memória de uma canção.

E talvez você não sinta

Que é a hora da despedida...

Então você está certa

Em não me dizer Adeus.


FIM

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Homenagens e tudo mais

Esse é do dia-a-dia:

Agradeço à Lis por ter me indicado em duas homenagens "blogais". A verdade é que eu agradeço de coração e que só não coloco as figuras aqui porque eu não tenho 10 blogs para homenagear do mesmo modo. Entretanto, sou fiel as meus [caros] visitantes.


Bom Feriado a todos; e, claro, muita diversão pra vocês.

Juízo!


Ps.: meu juízo foi comprar pão e nunca mais voltou. Não posso exigir muito.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Host Club

Eu só sei se vou se for pra te acompanhar
quando eu souber que em mim você vai confiar
E se tudo explodir,
sobre nossas cabeças o teto cair,
você entender que comigo pode contar.

Não importa o lugar, eu vou estar
se você precisar, te abraço, pode deixar
Eu sou seu acompanhante, seu parceiro, seu amigo, seu irmão
Não importa o por quê ou para quê aqui está a minha mão.

Cada vez, espero, cada vez mais perto de você eu quero estar.
Não importa o momento, todo que disseram sobre o tempo
Eu vou estar. Vou te acompanhar.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O que não se gosta.

Duas e quinze da tarde. Nada de atrasos. Chegara quinze minutos mais cedo no local do encontro; porque queria mesmo impressionar.
Caetano era um garoto simples, podemos dizer que era um moço do interior (se é que no interior ainda existem moços). Suas roupas também declaravam isso: uma camisa de botão, xadrez; uma calça de brim azul; e um "sapatênis" já meio fora de moda; e, como é tradição lá no seu interior, impecavelmente cheiroso: seu cheiro podia ser sentido a quinze metros. Não especificarei qual era, mas era bom. E, pra finalizar o jeitão simples, uma barba estranhamente grande, por fazer, que constrastava com as dos garotos de mesma idade da capital.
Duas e vinte da tarde. Nada de atrasos. Chegava 10 minutos mais cedo no local do encontro; não parecia querer impressionar.
Laura não era tão simples assim; podemos até se perguntar como ela conheceu um garoto como ele. Entretanto, a escola é uma integradora de mundos: ainda mais escolas federais. Ela era bem "urbanóide", só que "urbanóide" de capital pequena como aquela não queria dizer muita coisa. Suas gírias não pareciam ser muito diferentes daquelas usadas pelo próprio Caetano quando ele chegou do interior para estudar na capital. Bosta de Estado pequeno também... só que tudo facilitou a convivência.
Caetano achava Laura bonita, e que ela falava bem. Uns amigos em comum apresentaram os dois, Caetano ficou interessado. Como ele não tinha nada de feio, e não falava tão estranho assim, Laura, vá lá, aceitou seu convite para ir ao cinema. Afinal, é um programa barato e se não der certo, não fica longe de ir para casa. O convite aconteceu no colégio.
Laura viu Caetano, com suas roupas simples e seu sorriso tal qual.
Caetano viu Laura. Seu all-star colorido, roupas meio jogadas, e um jingado estranho ao andar. Diferente do rebolado do mulheril que ele estava habituado no interior.
Diálogo:
Laura: Chegou cedo, hein? Gosta de chegar cedo?
Caetano: Gosto.
Laura: Eu não. Odeio. - falou Laura com veemência e indiferença no olhar.
Que cortada. Pobre Caetano. Primeira patada do encontro, e de graça, porque ele não teve tato pra responder, ele pensou. Mas ele reagiu bem; sorriu, e andou tranquilo ao lado de Laura em direção ao cinema.
Ao chegarem lá, foram escolher o filme. Só coisa ruim. Deusdocéu. Que azar, pensou Caetano. E Laura não parecia estar muito contente. Caetano, pra amenizar procurou ver o melhor filme daqueles. Tinha uma comédia; não era muito escrachada, nem muito "inglês". Ele pensou que poderia agradar, afinal, era um meio-a-meio. E todo mundo gosta de comédia.
Diálogo:
Caetano: E aí? A gente pode assistir esse. Aponta o dedo.
Laura: Esse? Comédia sem graça. Odeio comédia, pra ser sincera. Olha, você já escolheu um péssimo dia pra ir no cinema, só com filme ruim; então, eu mando na escolha do filme, ok?
Paft. Mais uma. Mesmo que Laura tenha dado um bom sorriso debochado depois de tudo. Caetano tinha entendido aquele fora. Por sua sorte, ou azar, não sei, o filme já ia conversar e não tinham tanto tempo pra conversar. Correram pro filme que Laura escolheu.
Caetano passou o filme pensando em como começar um diálogo produtivo (entenda-se produtivo aí como "não quero me lascar") com Laura. O filme não ajudava. Ele não entendia nada daquele tipo de filme que Laura escolheu, e nem prestou muita atenção: estava concentrado em não dormir.
Ao acabar o filme. Eles foram dar uma volta lá pelas redondezas do shopping onde o cinema estava localizado. E, AHHH! Caetano pensou, Laura reclamava de tudo, e de todos; Caetano não podia achar nada que poderia ser legal pra puxar um assunto, que ela cortava com seus "eu odeio", "eu não gosto", "Bah...". Ele era um garoto simples, falava bem das coisas boas da vida, que pelo menos ele achava boas e tal, divertidas, bonitas. Mas ela não parecia achar isso das coisas dele. Bem, ele estava a ponto de desistir, quando passou perto de um jardim localizado dentro do shopping. Era bem cuidado e com muitas flores. Caetano não gostava muito de flores, a única coisa do campo de que não gostava, pra ser sincero, porque lhe davam alergia. Olhou para Laura e pensou que "uma garota como ela, amante de todo esse concreto e cimento da cidade, não deve gostar muito de flores". Eis uma coisa que ele não gostava que podia discorrer um diálogo sobre tal.
Diálogo:
Caetano: Odeio flores. Me dão alergia pesada. Não gosto nem de jardins pequenos em que elas estejam.
Laura: É é? Pois eu amo flores; até cultivo um jardinzinho no pequeno quintal lá de casa. Deus, como alguém não pode gostar de flores?!
Putamerda. O cara mais azarado do mundo: eis o que eu sou, Caetano comentava consigo mesmo. Aquilo foi a gota d'água. Essa menina não gosta de nada. Na verdade, acho que ela nem gosta de mim.
Diálogo:
Caetano: Vamo embora.
Laura: Já? - com aquele sorriso debochado na cara. Parecia que ela tinha feito de tudo mesmo pra o negócio não dar certo.
Laura, quando chegou, já viu que o negócio não ia dar certo. Aquele garoto simples não parecia que iria agradá-la. Dito e feito. Além de seus gostos simplórios, o garoto ainda não parecia que tinha atitude. E isso sim, isso siiiiim a irritava. Aguentava todas aquelas patadas dela com sorriso na cara. Idiota. Tão bonito, tão besta, meuDeus.
E parecia que o "sho" não iria acabar. No caminho pra o ponto de ônibus, Laura ralhava de tudo e de todos. Só que, dessa vez, em vez de Caetano estar muito bem sorrindo, estava grave e sério. Sério ao ponto de que parou, segurou no braço de Laura, no ponto de ônibus e disse, até certo ponto, cínico.
Diálogo:
Caetano: Ei, filha. Você não goza não?
Laura, ficou meio pasma. Não imaginava que um garoto tão simples, que tinha toda aquela cordialidade e passividade, podia dar um ataque cínico daqueles. Mas, Laura não ia ficar por baixo.
Laura: Eu? Posso até gozar, mas não com um cara que usa essas roupas. Aponta o dedo pra camisa de botão xadrez de Caetano
Bem, esperando uma reação diferente dessa vez, Laura pensou "não é possível que agora ele não tome uma atitude". Caetano, simplesmente, sorriu. E Laura, bufou.
Cinco minutos de silêncio, o ônibus chegou. Laura vai em direção ao ônibus, Caetano atrás. Laura não imagina porque ele vem atrás dela, já que aquele não era seu ônibus e ela já tinha dado tcha. Quando, então, ela vai subir no ônibus, Caetano, inesperadamente, segura seu braço mais uma vez, e fala no seu ouvido, com o sorriso debochado que ela já tinha com propriedade, e ele arrancara dela.
Caetano: Ô, moça. Eu não preciso dessas roupas simples pra fazer você gozar não.
Ela para, tenta raciocinar a atitude do garoto. O motorista grita, a galera empurra ela pra dentro do ônibus. Caetano dá as costas e sai, com o mesmo sorriso, que era dela.
Caetano pensa consigo mesmo: Preciso comprar novas roupas. E anda em direção ao shopping novamente.
Laura, parada no seu banco de ônibus. Agora não mais está indiferente, ou debochado, cínica, irritadiça. Está pensativa.
Se imagina lambuzada enquanto roça seu rosto naquela barba por fazer.