sábado, 21 de março de 2009

"Quando a luz dos olhos meus..."

"²² São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; ²³ se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!" Mt 5.

Quero ter os olhos de uma criança; olhar para o teto ao acordar como se ele fosse novo para mim, mesmo que eu acordasse na mesma cama mais de trezentos dias por ano. Quero que meus olhos olhem para você e te digam que eu não te conheço e te aprecio, que não te invejo e que você tem algo a me dar e a me ensinar, simples ou complicadamente.

Quero ter os olhos de uma criança ao olhar para para dentro de mim. Ver que ainda falta o que viver, e que a vida não é tão complicada assim, se estou disposto a aprender. Saber que não posso aprender tudo, querendo aprender tudo; olhar para os meus braços e não saber que não posso abraçar o mundo. Olhar para os tamboretes da cozinha como minha ponte para o céu de chocolate.

Quero ter os olhos de uma criança. Os olhos que não perdem a luz se não confrontados com a mais terrível desesperança; (os olhos dos adultos não precisam das maiores agruras para perder a luz).

[Esses olhos infantis tem medo do escuro, porque o escuro é a ausência de luz. Nada mais.]

Quero ter os olhos de uma criança.
Olhos para me apaixonar intensamente e daqui para frente, para sempre.

Quero os olhos de uma criança, como o Rubem Alves.

8 comentários:

Ana Karenina disse...

Rubem Alves é criança?

Não, agora falarei, eu também quero sentimentos profundos na minha vida. E vivê-los na mesma intensidade. Quero que todos sintam uma sensação que não sabem explicar quando olhar dentro de mim.
É muito?

Grande abraço, querido.

João Gilberto Saraiva disse...

Quem vê cara não vê coração.

Umas crianças que conheço tem os olhos mais pesados que velhos. Justamente no tempo em que esses estão aprendendo a ser crianças.

Como eu disse um dia desse num blog, acho que da Nathi ou da Lis: os escritores tem de combinar tanto os olhares de crianças como de velhos.

Bom texto irmão.

Nathi disse...

Você conseguiu arrancar aguinhas dos meus olhos infantis.

DÉBORA disse...

Ah, eu amo ter olhos infantis x)

*LIS disse...

Bem que eu queria continuar com a minha alma, olhos, e imaginacao de crianca!
Ou nao?
Talvez a essencia do meu platonismo em relacao ao mundo nunca se perdera. Pelo contrario, eu e que me perco nessas imaginacoes, viradas e voltas.
Mas sei que nao vejo o mundo com tanta esperanca, tanta gana como antes. Aprendi a me conformar, e ja me conformei disso (o que e pior).

Seu texto foi otimo! Tocante, que faz a gente pensar, se relacionar e o adorar.

Se me conta uma coisa... quem e Rubem Alves?

Beijos!

Cachos disse...

os olhos dizem tudo, sempre!

já viu meu texto sobre olhos?

;)

Anônimo disse...

que lindo... quisera eu ainda ter esse brilho, essa luzinha no fundo do olhar, capaz de iluminar a alma dos outros com a luz da minha própria... adorei.

parabéns.
um beijo

Anônimo disse...

foi um passeio mto bom.
parabéns pelo espaço
!